MENINO DE 12 ANOS FAZ SUCESSO NA WEB ENSINANDO CROCHÊ NO YOUTUBE
Junior Silva, do interior de São Paulo, mostra técnica em vídeos ao vivo; preconceito não é barreira: 'levo na esportiva'
s dedos ágeis dão conta de um tapetinho de crochê em poucos
minutos, enquanto o olhar está fixo na tela – não a da televisão, como as vovós
que povoam nosso imaginário, mas a do celular. Junior Silva, de apenas 12 anos,
é youtuber, como muitos de sua idade, e “crocheteiro”, como muito poucos.
O menino tomou gosto pela atividade depois de observar a avó
e a tia. “Eu tinha 11 anos, pegava a agulha e fingia que estava fazendo. Aí
pedi para elas me ensinarem o ponto alto”, conta. Um ano depois, a avó já não
consegue acompanhar o neto na costura – nem as publicações na internet. “Gosto
bastante e aí surgiu essa rapidez”, explica o menino.
A vontade de compartilhar o gosto pela costura veio depois
de publicar em um grupo no Facebook uma foto de um tapete colorido que ele
mesmo fez. “Bastante gente gostou. Depois, comecei a fazer vídeo, live (vídeo
ao vivo) e assim foi crescendo o meu público”, conta ele, orgulhoso dos
milhares de seguidores que já conquistou nas redes sociais.
Nos vídeos, Junior dá dicas de pontos e linhas enquanto
costura e ainda interage com quem acompanha os lives – a maior parte do seu
público é formado por mulheres mais velhas. Os espectadores comentam ao vivo de
vários Estados do Brasil e até de outros países como Espanha e Chile.
Apesar do sucesso nas redes, a família toma cuidado para que
o hobby pelo crochê e pela internet não impeça o menino de viver como qualquer
outro. “Ele não é uma criança vidrada na internet. Às vezes, fica três dias
sem, e fica tranquilo”, conta a mãe, Denise Vieira, de 32 anos, que acompanha
as publicações de Junior, mas não sabe fazer crochê.
Na pequena cidade de Iaras (SP), onde a família mora, Junior
é reconhecido por onde vai, segundo a mãe, mas leva vida normal. “Gosto de
brincar de pega-pega, esconde-esconde. Essas coisas, sabe?”. Sempre que dá, sai
para tomar sorvete com os amigos. E a mãe vive de olho no boletim.
“Ele também tem de estudar e fazer outras coisas, brincar.
Como as notas estão boas, a escola até liberou antes (do recesso) para viajar”,
conta Denise. De férias antecipadas, o menino veio a São Paulo, para passar
alguns dias na casa do pai. Na mala, juntou linhas, agulhas e peças que já
tinha começado a fazer.
“Crochê é uma arte bem bonita. Faço muitas coisas diferentes
e coloridas”, diz o menino, que já ensinou alguns amigos e até a irmã Yasmin,
de 9 anos. Embora tenha os seus fãs, há também quem o critique por acreditar
que crochê não é coisa de criança, muito menos de menino. “No começo eu ficava
chateado, mas agora não ligo. Eu levo na esportiva.”
Fonte: Revistapgn
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