PESQUISA APONTA QUE 70% DOS PACIENTES DE CHIKUNGUNYA SÓ BUSCAM ATENDIMENTO NA FASE CRÔNICA
Estudo analisou pacientes do Hospital das Clínicas da UFPE. Problema da automedicação está entre motivos para demora ao recorrerem ao atendimento médico especializado
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Uma pesquisa aponta que 70% dos pacientes de chikungunya só
procuram o serviço de saúde quando a doença já está em fase crônica. Ou seja, a
busca por tratamento especializado ocorre, pelo menos, três meses após
apresentarem os primeiros sintomas. O problema da automedicação está entre os
motivos para a demora ao recorrerem ao atendimento médico. (Veja vídeo acima)
O estudo inclui pacientes do Hospital das Clínicas (HC) da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), um dos seis hospitais
universitários, localizados em quatro estados do Nordeste, que os pesquisadores
coletaram dados. A pesquisa foi feita de abril a dezembro de 2016.
“A gente tem pego aqui pacientes que vinham usando
medicamentos por conta própria que já chegam diabéticos, hipertensos, obesos.
Alguns já com problemas de glaucoma porque são efeitos colaterais do remédio
que é mais usado pela população para o tratamento da chikungunya”, pontuou a
médica e pesquisadora Cláudia Marques.
A auxiliar de cozinha Lúcia Maria dos Santos até procurou
uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não seguiu o tratamento adequado
para a doença. Durante um ano e três meses ela tomou injeções para dor. Sem o
devido acompanhamento, os sintomas logo voltaram. “Você acha que pode ficar boa
sem procurar atendimento, por isso que eu não procurei”, alega.
Quando a aposentada Maria Tereza de Araújo, finalmente,
percebeu que precisava ir a um especialista, surgiu outro problema: a
dificuldade para conseguir marcar uma consulta com o médico. O ponto também foi
um dos problemas constatados na pesquisa. “Eu tive que dormir no hospital para
conseguir”, conta a aposentada.
A quantidade de casos notificados de chikungunya diminuiu de
2016 para 2017. Mesmo assim, Pernambuco já contabiliza 2.800 neste ano. A
doença costuma alterar a rotina do paciente por conta das dores nas
articulações.
Ao fim do estudo, médicos de vários estados se reuniram para
elaborar uma recomendação para ajudar os especialistas a partir de tudo que se
sabe até o momento sobre a doença. “É uma forma de auxiliar os médicos, lá a
gente tem como dar o diagnóstico na fase aguda, na fase crônica e como tratar.
Então, que medicamentos eu devo usar para qual tipo de paciente eu devo usar o
medicamento, por quanto tempo”, concluiu Cláudia Marques.
Informações: G1
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